Anos 30
Em 15 de Fevereiro de 1931 publica-se o primeiro número do "Avante!", com um apelo "Ao Proletariado de Portugal", "chamando
os que sofrem a incorporarem-se nas fileiras revolucionárias". Nos anos seguintes, o "Avante!" sai com irregularidade, sofrendo
as consequências da repressão fascista. Mas não deixa de se publicar e, nos anos 37/38, chegou a sair semanalmente. Na Europa,
o facismo crescia. Implantado em Itália, apoderou-se da Alemanha e em breve estalava a guerra civil em Espanha. Combater o
fascismo e a guerra era um imperativo para os comunistas. A Segunda Guerra Mundial estava à porta.
Anos 40
A actividade geral do Partido melhora no início dos anos 40 e a reorganização do PCP coincide com as grandes lutas de 1942/43.
A partir de Agosto de 1941, o "Avante!" dá início a uma publicação regular, que não mais abandonaria até aos dias de hoje.
O nosso jornal acompanha a actividade do Partido, dá-lhe voz na divulgação das ideias dos comunistas, acompanha e noticia
as pequenas e grandes lutas de massas no campo social e político. Durante a Guerra e até à vitória sobre o nazismo, o "Avante!"
é o único jornal que informa livremente sobre o decorrer do conflito, os crimes nazis e o papel fundamental da União Soviética
na vitória sobre o Eixo.
Anos 50
A repressão recrudesce e abate-se sobre os comunistas. Com as costas quentes dos seus aliados ocidentais, Salazar, passados
os maus momentos da derrota nazi, vira-se decididamente para a dependência dos EUA. Muitos destacados dirigentes do Partido
estão nas prisões do regime. Militão Ribeiro é assassinado. Álvaro Cunhal é julgado e transforma a sua defesa numa acusação
à política salazarista. O "Avante!" continua a divulgar as lutas sociais e políticas, "uma voz que a censura não amordaça".
A batalha contra o fascismo atinge um ponto alto nas eleições-farsa de 1958, em que a candidatura de Humberto Delgado, apoiada
por toda a oposição, abala o regime.
Anos 60
"Corre o sangue do povo em Angola!" É a década da guerra colonial, e o "Avante!" dá voz às ideias e sentimentos profundamente
anticolonialistas dos comunistas portugueses. É uma década de lutas cada vez mais vigorosas que ganham as massas de trabalhadores,
de estudantes, de democratas. Enfrentando a repressão, as multidões saem às ruas nas grandes cidades, nas fábricas e nos campos
registam-se grandes greves vitoriosas, nas escolas e universidades o movimento estudantil cresce e consolida-se. As prisões
enchem-se de lutadores que é urgente libertar.
Anos 70
Culminando um longo e heróico período de resistência e de luta antifascista, a Revolução de Abril chega em 1974. O "Avante!"
publica o seu primeiro número na legalidade. Em 17 de Maio, data também histórica para o nosso jornal, anuncia-se a participação
dos comunistas no Governo Provisório, e o "Avante!" é disputado nas ruas e nos campos do País, chegando esse primeiro número
a atingir quase meio milhão de exemplares de tiragem. São os anos gloriosos da Revolução, anos de conquistas que o "Avante!"
acompanha, dando voz aos que nunca a haviam tido e que se haviam tornado nos protagonistas desse tempo - os trabalhadores.
Anos de festa e luta. E a primeira Festa do "Avante!" surge em 1976, na FIL, tornando-se, desde logo, na mais importante manifestação
político-cultural do País.
Anos 80
São os anos da contra-revolução e, de novo, da resistência, desta vez em defesa das conquistas de Abril. Pela mão do PS,
a política de direita instala-se e parte ao ataque frontal dessas conquistas e dos direitos dos trabalhadores. Objectivos
da política de direita - a destruição da Reforma Agrária e das Nacionalizações, subversão dos valores e regras centrais de
Abril consagrados na Constituição. O cavaquismo sucede, no Governo, ao PS. E as lutas são muitas.
Anos 90
O comunismo morreu? É certo que os regimes socialistas desabam a Leste e que a própria União Soviética, após as esperanças
da perestroika, entra em derrocada. Mas certo é também que os valores e ideais do comunismo não se apagam. Há quem, com coragem,
determinação e firmeza, resista. Porque o capitalismo - e mais uma vez se prova ser assim num mundo agora unipolar - não soluciona
mas agrava os problemas da sociedade. Porque os partidos comunistas são mais necessários que nunca. Como em Portugal. O PCP
afirma-se como o grande Partido da Esquerda. E contribui significativamente para o fim do cavaquismo, afastando a direita
do poder. Novas vitórias são possíveis.